Reforma da Previdência
Recentes dados divulgados pelo INSS dão conta de que o rombo
da previdência social em 2016 foi de 150 bilhões de reais. Para piorar, o Instituto
ainda prevê um prejuízo de 180 bilhões para 2017. Quer isto dizer que, para continuar
pagando os benefícios da seguridade social e evitar dar um calote geral, o
governo federal obriga-se a, todo mês, meter a mão no caixa da União e usar dinheiro que, ordinariamente,
poderia ser redirecionado para outras áreas não menos importantes como saúde, educação,
construção de presídios etc. 150 bilhões! Não á fácil imaginar quantos
hospitais poderiam ser construídos com esse dinheiro. Quantas penitenciárias.
Quantas obras de infraestrutura...
No entanto nada disso parece sensibilizar os contrários à
reforma. Fatos e evidências, aliás, não costumam qualificar-se como fundamentos
quando as posições são animadas por interesses sindical-corporativistas.
O economista estado-unidense Thomas Sowell encontraria aqui um belo exemplo para
o seu Conflito de Visões. E falando
em interesse sindical e corporativista, a expressão que mais me fascina (pois ninguém
nega que a nossa esquerda progressista é pródiga na criação de expressões
bonitinhas) é a que diz “nenhum direito a menos!”.
Nenhum direito a menos, hoje, significa talvez não mexer nas
atuais regras da aposentadoria. OK. Mas se o barco continuar desta maneira, o barco em breve afundará (e isso é fato!). Não vai ter aposentadoria pra mais ninguém! E
daqui a uns 50 anos - quando a previdência for coisa de livro de história - os prejudicados (hoje crianças e adolescentes) poderão,
legitimamente, direcionar este mesmo slogan para os que hoje são contrários à reforma.
“Mas há decisões judiciais neste e naquele sentido garantindo
nossos direitos”, comemoram por aí. Ora,
decisão judicial sozinha não garante direito algum. Em outras palavras, a
sentença não é garantia da execução, e o déficit público com precatórios corrobora
o que se afirma. É que nosso judiciário atual é composto por uma horda de
juízes progressistas, herdeiros de ideias foucaultianas e hobbesianas, reproduzidas às escâncaras na academia: uma lavagem cerebral que deixaria Goerge Orwell com ares de ingênuo. Neste sentido, anda meio na contramão da
tendência judicial de países desenvolvidos. Mas esse tema é mais sofisticado e merece
título próprio.
É por isso que, para proteger os direitos dos futuros aposentandos, e sobretudo garantir vida longa à previdência social, peço licença aos nossos relevantes sindicatos e movimentos sociais para usar a frase que lhes é tão própria: nenhum direito a menos! Reforma já!
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